O ASSALTO
- Lilian Rocha
- 17 de nov. de 2017
- 2 min de leitura
Acabo de ser assaltada! Que sensação horrível!! Ainda estou assustada, com as pernas tremendo, mas vou tentar contar o que houve... Eu estava num supermercado com minha filha, um supermercado pequeno, diga-se de passagem, desses que a gente opta exatamente para evitar comprar coisas supérfluas. Afinal, os tempos não estão fáceis...
Como não tinha muito tempo e a empregada estava esperando pra fazer o almoço, peguei um carrinho e rapidamente fui colocando apenas os itens necessários para passar a semana: feijão, arroz, açúcar, carne, frango, um punhado de batatas, tomates e cebolas e alguns produtos de limpeza, já que eu ainda não aprendi a lavar roupas, pratos e banheiro sem sabão... Pois bem, quando virei o carrinho pra pegar o último corredor onde se encontram as coisas de geladeira, comecei a sentir algo estranho, como se alguém estivesse me observando. Olhei para os lados, mas não vi ninguém suspeito. "Deve ser coisa da minha cabeça..." - pensei. E continuei, completando o carrinho com potes de manteiga, queijo, presunto, iogurte, etc.
Assim que cheguei ao caixa, a moça me olhou estranho, mas não disse nada. Foi passando as compras rapidamente, como se tivesse medo de que eu desistisse de algum item. Quando ela terminou, arrancou a nota da máquina com violência e apontando-a para mim, disse, com ar ameaçador: - R$540,00! Ao ouvir aquilo, senti um arrepio na espinha e comecei a suar frio. Mas ela continuava fria e impassível, com aquela nota apontada para mim. Pensei em reagir, gritar por socorro, sair correndo, sei lá, mas ao mesmo tempo tinha medo do que podia acontecer comigo, caso ela chamasse o chefão e medo também da represália que eu podia sofrer da minha família, caso ficasse sem o almoço...
Sem alternativa e com as mãos trêmulas, abri a carteira e dei a ela tudo o que eu tinha. Em seguida, fui jogando as compras dentro do carro, doida pra fugir dali, enquanto rezava, agradecendo por ainda estar viva! Mas assim que entrei no carro, ouvi um grito: - Não é possível! ISSO É UM ROUBO! Era a próxima vítima conferindo o valor das compras no caixa...
(Lilian Rocha - 4.5.16)

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