VARRER A CASA
- Lilian Rocha
- 17 de nov. de 2017
- 2 min de leitura
Continuando com a minha série de "devaneios domésticos", vamos ao terceiro texto:
3. VARRER A CASA
Na minha humilde opinião, varrer a casa é, disparadamente, uma das piores tarefas domésticas. Primeiro, porque sempre que começo a varrer, acho que minha casa é a maior de todas que conheço e que aquilo não vai acabar nunca! Segundo, porque vento e vassoura não se combinam. Se alguma janela estiver aberta, tudo o que foi varrido volta a ser espalhado pela casa. Isso significa que todas as janelas têm que estar fechadas. E como eu não suporto calor, se todas as janelas estiverem fechadas, sinto vontade de quebrar todas as vassouras do mundo e desistir de viver. Terceiro, porque ainda não inventaram uma vassoura perfeita, que alcance todos os cantinhos da casa e que ainda se mantenha “íntegra” na segunda semana de vida, em vez de ficar toda amassada, sem condições de varrer. E finalmente, porque é uma tarefa que me obriga a me abaixar e me levantar repetidas vezes, para varrer embaixo dos móveis, retirar coisas do chão, apanhar o lixo, etc, o que deixa minhas pernas e coluna em frangalhos. E apesar de todo esse esforço, ainda tenho de engolir que sou uma pessoa “sedentária” e preciso fazer atividade física... Deus é mais!
É exatamente quando estou varrendo, que penso na ‘real utilidade’ das coisas que possuímos. Lembro dos anúncios de apartamentos luxuosos, que oferecem 4 suítes, 3 salas e não sei mais o quê e sinto um frio na espinha só de pensar em varrer todos aqueles milhares de metros quadrados... E pra que tantos banheiros numa casa onde, na maioria das vezes, moram apenas 3 ou 4 pessoas? A verdade é que perdemos grande parte de nossa vida trabalhando duramente para ter - e manter - “uma vida de conforto” e, quando finalmente conseguimos, descobrimos, às vezes tarde demais, que precisávamos de muito menos para ser felizes...
(Lilian Rocha - 1º.03.17)

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