A ILHA DOS AMORES
- Lilian Rocha
- 7 de dez. de 2017
- 2 min de leitura
Depois de 40 anos, voltei pra te ver, Paquetá, como havia te prometido um dia. E parece que nada mudou por aqui. Tuas velhas ruas de areia ainda abrigam belos e imponentes casarões, vestígios de um tempo dourado, em que foste o cenário de uma das mais doces histórias de amor.
Somente bicicletas circulam nas tuas ruas calmas, onde os cachorros e gatos dormem, preguiçosos. Nenhuma buzina, nenhum freio, nenhum sobressalto. Nenhum vestígio de cidade grande. O único som que se ouve é o vaivém das ondas beijando a areia, num namoro que dá gosto...
Casas de muro baixinho, cadeiras na calçada, vizinhos conversando fiado numa bodega da esquina... Árvores centenárias, de troncos imensos arrebitam as calçadas com suas raízes gigantescas, mas ninguém parece se importar com isso. Aqui as árvores valem bem mais que as calçadas. E por isso devem continuar livres, crescendo na direção que quiserem...
Voltei mais uma vez pra te ver. E pra me encantar com teus encantos. Doce Ilha dos Amores, onde até o tempo tem preguiça de passar... Obrigada por esses dias sem pressa. E por me fazer lembrar que de nada adianta correr contra o tempo, pois que o tempo tem o seu próprio ritmo e tudo o que acontece, acontece no seu próprio tempo, indiferente à nossa vontade, à nossa ansiedade...
Talvez as pessoas fossem mais felizes se não corressem tanto atrás do que supõem ser a sua felicidade. Porque a felicidade também é tímida e preguiçosa e só se deixa mostrar, quando paramos para vê-la... Não sei se voltarei algum dia, mas saio daqui com o espírito muito mais leve, abastecida com tua paz, com tua tranquilidade...

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